quinta-feira, 19 de março de 2009

As duas meia-faces de uma professora de matemática


Suas aulas eram um problema sem solução:
Todos queriam dividi-la ao meio;
Seu mal tinha raiz cúbica;
As broncas eram multiplicadas;
Os pontos negativos somados;
As notas subtraídas e
por não se poder usar calculadoras, as cabeças fundidas.
A potência de sua cabeça era zero, de expoente um.
Segundo ela, os alunos eram “um parêntese difícil de se resolver”.
Enquanto falando em porcentagem, o resultado era unânime: cem por cento de chatice para cem por cento dos votos.
De todas as incógnitas, a maior era sobre as equações, muitos duvidavam que ela tinha o primeiro grau completo.
Outros achavam que ela não simpatizava muito com os números naturais, pois só comia enlatados em conserva.
Sobre os números inteiros, achavam-na de inteira implicância, e dos racionais, era o oposto: totalmente irracional.
Talvez por sua dificuldade em se expressar, ninguém entendia direito expressão.
De negativo tinha tudo, segundo uns.
Era um zero à esquerda, na opinião de outros.
Sua morte foi outra incógnita: provavelmente um aluno reprovado seria o assassino, mas essa era uma dica fria, pois nenhum se salvara da recuperação.
Morreu dividida em dois, como todos queriam.

3 comentários:

  1. Oi Blooom!!
    Passando só para deixar um recadinho: estou adorando seu blog!! bjos

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  2. Uau! Por aqui só resultados positivos hein, Tereza...
    Bjos
    Sandra

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  3. Tenho certeza que você escreveu isto no Notre Dame!!! Aproveitou bem o investimento heim?

    Beijoss

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