segunda-feira, 22 de junho de 2009


I´ve tried to sleep.
Now, I´m just trying to survive.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Finais


Esperamos o final do dia
Porque estamos cansados
E o final do projeto
Porque estamos perdidos

Esperamos o final do inverno
Porque estamos gripados
E o final de semana
Para fazer algo divertido

Esperamos o final do filme
Porque estamos curiosos
E o final do mês
Porque estamos falidos

Esperamos o último capítulo da novela
Porque somos ansiosos
E o final do ano
Porque estamos desiludidos

Esperamos o fim do curso
Para que sejamos diplomados
E o final do regime
Porque estamos famintos

Esperamos o final do empréstimo
Para que seja renovado
E o final dos mosquitos
Que devem ser extintos

Só evitamos o final da vida
Que ocorre no final dos tempos
E é o final de todos os finais

Depois de uma rotina corrida
Queremos ser lentos
E desfrutar um pouco mais...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

"MINHAS PALAVRAS PREFERIDAS"




FÉRIAS.

Dispensa explicações.


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Crises


Por favor, me perdoem, ainda não estou de todo adaptada a este mundo e as minhas crises existenciais são como reumatismo: doem mais no inverno.

Doem porque o mundo é redondo.

E porque viemos de algum lugar que ninguém sabe onde fica.

Doem porque a vida é rara: tudo o que se vê, olhando ao redor, são tentativas de subsistência.

Porque está tudo errado e não há forma de se endireitar.

E o único espaço onde pode haver anarquia sem hipocrisia é dentro de nós mesmos.

Doem porque a cada segundo tememos a morte, quando é graças a ela que os segundos têm valor.

E porque nos enchemos de coisas, mas por dentro continuamos como antes: vazios.

E cheios de ecos.

E às vezes doem mais quando doem menos: porque penso que podem ter desistido de mim (e sem as crises o vazio é ainda maior).

E porque os indivíduos criaram atalhos: agora as palavras saem das bocas sem antes passarem pelos corações.

Doem também quando as crises dos outros desaparecem ou estão camufladas. É a dor do desajuste.

E quando se levanta a lebre “de onde viemos e para onde vamos?”, uma vez que para tal pergunta jamais teremos resposta.

E doem ainda quando essa pergunta está fora de questão, como se fosse possível seguir sem pensar nisso.

Doem por tudo o que acontece ou deixa de acontecer: são crises, afinal de contas.

Doem até sem motivo.

E em especial porque faz frio. E minhas crises doem mais no inverno.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Infelicidade

Aos infelizes, só resta a crítica
Ser feliz é tão absolutamente anencéfalo
Tão livre e futil e vazio e leve e sem sentido
Ser feliz chega a ser torpe (e demonstrar felicidade, então, nem se fala!)

Já o infeliz é sempre crítico, racional
Absolutamente consciente e visionário
É um ser pensador
De uma angústia incomensurável
Vive com dor - mas é estável

Ser feliz é de uma leviandade avassaladora
Só é possível aos que não estão em seu juízo perfeito
Ou aos inocentes
(Sem conserto)

Deveria haver placas com letras garrafais
E avisos em todos os jornais
Proibindo a felicidade em locais públicos
Aos maiores de cinco anos

A infelicidade sim, é socialmente aceita
E prescinde de apresentações
Mas deve ser usada com parcimônia
E moderação
Em toda e qualquer cerimônia
Ou estação