Inocentes
os que pensam
Que
uma palavra é só uma palavra
E
que um sorriso é uma coisa à toa
Indefesos
os que lutam
Com
armas brancas e pretas
De
tiros e facas
Tristes
os que lembram
De
guerras e feras
De
amores e mapas
Crédulos
os que crêem
Que
não crer em nada seja a melhor crença
(Ainda
que não creiam tanto assim)
Vazios
os que sentem
Que
é melhor nem sentir nada
Poetas
os que crêem que as palavras
Não
são assim tão inocentes
Pulam,
brincam e gracejam
Mas
também servem de espada - e escudo
Poetas
os que vazios
Se
inspiram cheios
E
mesmo tristes
Alardeiam:
Poesia
é recreio!