terça-feira, 28 de abril de 2009

Temores


Enquanto muitos temem a escuridão,
Eu temo os meus defeitos expostos à luz do sol.
Enquanto outros temem o silêncio,
Eu temo os meus problemas expressos em palavras.
Enquanto muitos temem a solidão,
Eu temo a multidão.
Enquanto muito temem os problemas,
Eu temo o tédio, pura e simplesmente.
Enquanto muitos temem aos outros,
Eu temo a mim mesma...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Poeminha de sexta-feira (yes, I´m with a sore throat!)

DOR DE TUDO

Doem as suas dores?
Onde doem?
São provenientes de amores?
E lhe corroem?

Tenho termômetro...
Comprimido...
E seringa...
Tá servido?

Doem do tipo queimado?
Ou do tipo doído?
Do tipo inflamado?
Ou do tipo ardido?

Podemos fazer uns exames
Medir a pressão
Ou tentar um transplante
Com transfusão!

Possuem marcas aparentes?
Cicatrizes, hematomas?
Ou são do tipo atrizes
Que não vêm à tona?

Não venha me dizer que tem gripe
Ou resfriado
Um tumor
Ou um machucado
Que é cardíaco,
Desenganado!

Dói a garganta?
E o ouvido?
A barriga?
E o umbigo?

Quer tomar soro?
Analgésico?
Anti-ácido?
Anti-térmico?

Quer um atestado
Para faltar no emprego
E ficar em casa
No maior sossego?

As doenças não doem
E nem os seus sintomas
Doem os braços, as pernas
A cabeça
Ou o coração
A doença
Não!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Essência

A vida acontece enquanto você se esconde
Nas cavernas do seu desencanto
A vida acontece enquanto você se agarra à última pedra
Antes de cair no abismo

Viver só é possível com muito ar nos pulmões
Não reflita: enquanto se pensa, não se vive

Filosofar é dar voltas em torno de si mesmo
Pensar não leva a nada e nem nos guia para algo além do mundo
Não nos mostra de onde viemos
E nem porquê estamos aqui

Pensar nos leva apenas
A uma série de inferências
Que por sua vez nos levam a outras inferências
E que no final, não nos levam a lugar algum

Abandone os pensamentos, eis o primeiro passo
Depois, rasgue as suas roupas e seja livre
Não os tecidos sintéticos que cobrem o seu corpo
E explicitam o seu viés fashion
Mas as suas vestes de guerra
As armaduras que envolvem o seu coração
E as máscaras que usa para se proteger do mundo

Rasgue as suas máscaras à prova de lágrimas
Que sorriem de forma automática
(Na maior parte das vezes para quem nem merece sorrisos)
E deixe que as lágrimas caiam, quando elas assim quiserem

E então seja feliz
Ou mesmo triste
Mas seja você
Só você

terça-feira, 21 de abril de 2009

Post de feriado...

OLHAR

Não me olhe assim
Tão profundo
Você pode ver, no fundo dos meus olhos
Segredos que são só meus

Não me olhe assim, sem pedir licença
Há regiões em mim que são secretas
E a chave para entrar está perdida
Não insista

Não me olhe assim
Tão profundo
Senão terei que esconder o que sinto
Em outro mundo

sábado, 18 de abril de 2009

Mais um BLOG!!!

Pessoal! Estou com mais um BLOG agora:

http://foiescrito.blogspot.com/

Nesse BLOG irei postar textos, frases, trechos, aforismos e poemas de diversos autores!

Quem quiser curtir...

Bjos e bom final de semana!

Tereza

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Diálogos do meio-dia


- Sabe, eu sempre penso, deveria me afastar de você.
- Sério? Se afastar de mim? Por quê?
- Você é feliz demais, cara. Feliz demais, assim não dá. Não suporto tanta felicidade.
- Feliz, euuuu? E quem disse que eu sou feliz?
- Oras e não é?
- Não, não sou! Claro que não! Sou infeliz e angustiada. Atormentada, eu diria!
- Ah, vai, tenho certeza de que você é feliz!
- Sou nada, de onde você tirou essa idéia maluca?
- Você vive sorrindo por aí! Achei que era feliz, oras!
- E desde quando sorriso é sinônimo de felicidade?
- E não é?
- Não, não é. Eu só tento, por assim dizer, me adaptar. Fingir. Encenar. Isso não significa que eu seja feliz.
- Jura que não é feliz?
- Sou infeliz que só vendo!
- Não acredito!
- Pois acredite! Se eu fosse feliz, não conseguiria escrever.
- É mesmo, pessoas felizes não escrevem. Pessoas felizes dançam, surfam, namoram. Mas não escrevem.
- Então, tá provado?
- Tá sim, agora acredito. Mas que eu sou mais infeliz que você, ah, isso eu sou!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Lembrança

- Você lembra de mim às vezes?
- Por que isso agora?
- Porque acho que você nunca lembra de mim...
- Como assim? Lógico que lembro!
- Mentiroso!
- Oras, se eu estou falando que lembro!
- Lembra mesmo?
- Lembro! Alguma vez eu já menti pra você?
- Já!
- Eu? Menti pra você? Quando?
- Mentiu quando disse que ia me ligar no dia seguinte e só ligou três semanas depois!
- Hahaha!
- Não tem graça!
- Não foram três semanas depois, foram no máximo três dias.
- Ok, três dias, mas pareceram três semanas.
- É que não deu tempo, eu estava trabalhando demais.
- Sei, sei. Tá vendo? Já tá mentindo de novo! Se quisesse, teria arrumado um tempo!
- Mas é lógico que eu lembro de você. Não fui eu que te liguei dessa vez?
- É, uma semana depois, foi você, sim.
- Então, lembrei.
- Você lembra quanto? Todo dia?
- Lógico que lembro todo dia!
- E então por que não me liga todo dia?
- Ai, vem cá, vem...

domingo, 12 de abril de 2009

"MINHAS PALAVRAS PREFERIDAS"


Como já disse em outro post, eu ando pra lá de metalingüística.

Escrever sobre a escrita tem sido uma constante, mesmo em textos ainda não publicados por aqui.

Ando pensando demais sobre as palavras também, minha grande paixão.
Sobre a cor, o sabor e o cheiro de cada uma. Sobre a forma como são ditas... Causando algumas vezes, o seu efeito desejado... E outras vezes... Um desentendimento inesperado!

De um modo geral, no dia a dia, usamos as palavras sem pensar demais sobre elas– possuímos um vocabulário padrão (e de um modo geral, restrito) e fazemos pequenas alterações de acordo com o assunto e o interlocutor.

A não ser os mais pedantes, que encontram nas palavras uma forma de sobressaírem-se, os demais encaram as palavras de forma absolutamente utilitarista: como uma ferramenta para se comunicarem, única e exclusivamente. Ninguém pensa demais sobre cada uma delas.

Às vezes me acontece uma coisa: algumas palavras que eu ouço, mesmo inseridas em contextos ou conversas mais banais, ficam reverberando dentro de mim. Às vezes elas tomam grandes proporções e destacam-se muito mais do que o próprio sentido da frase ou da conversa.

Por isso, resolvi criar aqui no BLOG uma sessão chamada “Minhas Palavras Preferidas”. Dessa forma, vou poder, de quando em quando, homenagear as minhas palavras mais queridas.

Para começar, uma palavra que eu adoro, tanto pela sua sonoridade, quanto pelo seu significado. É uma palavra doce, que me seduz talvez (putz, é difícil explicar uma palavra com outras palavras!) porque remete a um “deslumbramento delicado”.

Enfim, não sei se me fiz entender (essas coisas só se entendem com a emoção, caso alguém ainda esteja procurando entender com o cérebro, aviso: este não é o caminho), mas quando penso em minhas palavras preferidas, essa é a primeira que me vem à mente:

ENCANTO

Segundo o Dicionário Aurélio:

Encanto. [Dev. de encantar.] S. m. 1. Coisa que delicia, enleva, encanta. 2. V. encantamento.

Origem? Latim!

Canto, canção, encanto, encantamento...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Você e as estrelas


Quase no final da garrafa de whisky. Justo eu, que nunca fui chegada aos destilados.

Há dias que não tinha fome e nem frio. Só sede, muita sede.

Quando você me encontrou, eu estava na sarjeta, sejamos sinceros. Não há porque usar de eufemismos, afinal, o rei das metáforas e das delicadezas aqui é você. O rei da etiqueta e dos bons modos! Nem fumar você fuma!

Eu estava numa pior, emocionalmente estropiada, tentando colar os caquinhos que restavam do meu coração. E cola nenhuma dava jeito.

Enchendo a cara de whisky e os pulmões de nicotina.

Estômago, nem sei como ainda tinha um, tamanha a produção de suco gástrico. Isso para não falar dos meus nervos, também em frangalhos. Era essa a situação, sem tirar nem pôr.

Mas também, será que poderia ser diferente? Eu não sou do tipo que toma umas cervejinhas e fica alegre, cantarolante, engraçadinha. Sou do tipo que toma todas, provoca todo mundo e ainda por cima vomita no final. Com a paixão, acontece igual. Eu até me irrito quando vejo esses apaixonadinhos bobocas, que ficam rindo à toa e dizem sentir-se “levitando”.

Ah, por favor! Levitar! E desde quando a paixão tem poderes ascendentes? Desde quando desafia a lei da gravidade? Se apaixonar sim, mas levitar é para os fracos!

A paixão está muito mais para o contorcionismo do que para o salto em altura! A paixão é uma luta de boxe que acontece nas nossas entranhas. Não tem essa de “suspiros apaixonados”. Suspiros! Mas que suspiros, meu Deus? Se eu conseguisse respirar, já estava bom demais, quanto mais suspirar!

E mais um copo de whisky. E outro cigarro.

Levitar é para os fracos, sorrir é para os fracos, suspirar é para os fracos. Paixão mesmo é uma desgraceira. Uma descarga elétrica de 100.000 volts, que se não mata, aleija. Menos do que isso é frescura, paixonite, qualquer nome que se queira dar, menos paixão.

É quando um indivíduo se apaixona que ele descobre porque tem vísceras, porque é nelas que o parasita se instala. E para quem não sabe, eu digo: dói pra burro.

Eu estava em um grau de apaixonamento tão grave que qualquer palavra do ser amado adquiria um sentido todo mágico, especial, como se por trás de tudo o que ele dissesse houvesse, nas entrelinhas, uma mensagem subliminar só para mim. A voz, o cheiro ou a simples visão do ser amado, por um segundo que fosse, transformavam o meu coração em um trem desgovernado (e foi numa dessas de trem desgovernado que ele se espatifou todo, virando depois aquela coisa kitsch dos caquinhos).

Providências de cura, tentei de tudo, de medicamentos a estação de águas. Ficou faltando só o suicídio. E foi por pouco.

Os médicos não queriam me tratar. Diziam apenas “isso passa”. E daí se passa? Gripe também passa, mas para alívio corporal e apoio psicológico existem os analgésicos, anti-térmicos e uma imensa variedade de medicamentos. E olha que uma gripe dura só uns quatro, cinco dias. E nem dói tanto. E nem dói no corpo inteiro.

Não sei como fui cair nessa. De novo. Sou expert nisso, em paixões desastradamente mal sucedidas, grau nove na escala Richter. Poderia entrar no Guinness Book.

A você, imagino, o impacto foi grande. Deve ter pensado que eu era alguma espécie de atormentada crônica, dessas que passam a vida toda à base de remédios para os nervos. Desculpa se eu te assustei, mas você chegou no ápice. No ápice da derrocada, para ser mais específica.

Os médicos haviam me desiludido. A ciência, essa porcaria, não serve mesmo pra nada. Em matéria de amor, ainda somos primatas, com a diferença que os primatas não tinham que ouvir frases do tipo “o tempo é o melhor remédio”. Como se o relógio tivesse algum interesse em aliviar as nossas dores ou adiantar em um segundo que seja o nosso alívio. O relógio é um insensível.

Você me viu no final da garrafa de whisky. Nem te ofereci um gole, porque ela era toda minha. E eu ainda achava pouco.

Pelo menos eu me afogava em whisky, se há algum consolo. Era uma derrocada de primeira classe, não posso negar.

E você, sóbrio, do alto da experiência de quem já viveu emoções de levitar e de aleijar. Apesar do whisky, ainda lembro. Disse-me “paixão dói, mas não mata, fique fria”.

Ficar fria, eu. Uma floresta seca, bem no meio do incêndio.

Ao contrário dos relógios, as garrafas de whisky são sensíveis e tentam, tanto quanto podem, aplacar a nossa dor. Por isso, quase pedi mais uma. Você não deixou. Então, acendi mais um cigarro.

No dia seguinte, ressaca. Doeria tudo mesmo, fosse pelo álcool, fosse pela paixão. Com a diferença que o whisky me custou uns cem paus e a paixão é droga de fabricação caseira.

E você lá, com o seu frescor, o seu vigor, o seu sorriso. Você e o seu refrigerante, tomado de canudinho, da mesma forma que você engole a vida, a conta gotas. Você e o seu ar de sobrevivente, de quem superou as suas paixões e ficou sem seqüelas aparentes. Com a sua típica expressão de quem nunca tentou suicídio. Juro que você merecia um soco.

Você me veio com uma lição. Ótimo, você era mesmo uma boa alma. Nem me conhecia e já tentava salvar a minha vida, ou o que havia restado dela. E ainda me proibia de torrar mais cem paus em outra garrafa de whisky.

A sua lição era cósmica e ao menos me fez rir, o que já era de grande valia. Ou teria sido efeito do álcool?

De toda forma, você me contou histórias das estrelas. Seus nomes, suas origens, essas coisas todas. Esse papo de estrelas poderia me fazer apaixonar, se não estivesse já tão apaixonada. Se houvesse mais uma gota de paixão em mim, naquela noite, ela seria sua. Mas eu estava saturada.

As estrelas, dizia você, só brilham por conta do hidrogênio, seu elemento mais leve. Quando ele se exaure, elas param de brilhar. A idéia, eu estava bêbada, mas ainda não tão burra, era garantir certa dose de leveza à minha vida, para que eu continuasse a brilhar. Se é que eu já havia brilhado um dia.

Valendo-me da sua metáfora, eu já nasci estrela velha, repleta de urânio, impedindo o meu brilho. Com uma gravidade que jamais me fez voar, quanto menos brilhar. Minhas paixões, meu amigo, são sorrateiras. Não vivem lá no alto, me levando até as nuvens. Elas me levam ao meu esgoto particular, ao que há de mais podre e mais dolorido dentro de mim. Elas me arrastam junto ao chão.

Mas gosto de você e do seu tal hidrogênio. Você tenta até agora, meses depois, me convencer disso, dos efeitos milagrosos do hidrogênio para o coração humano.

Quem sabe um dia eu tente, só para ver como é que é. Para ver se eu ainda tenho jeito.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Amorrrr!!!


TODOS OS MEUS AMORES

Nem todos os meus amores
Resultam em poema
Alguns terminam em gangrena
Ou mesmo pontes de safena

Nem todos os meus amores
Terminam sem ruído
Se alguns terminam em silêncio
Outros beiram o suicídio

Nem todos os meus amores
Terminam numa boa
Alguns terminam sem razão
Outros por uma briga à toa

Nem todos os meus amores
São assim tão intensos
Alguns são indolores
Em outros, nem penso

Nem todos os meus amores
Terminam no final
Alguns deixam muitas dores
E outros nem dizem tchau

terça-feira, 7 de abril de 2009

Metalinguagem


Hoje eu quero escrever novamente sobre o ato de escrever.
Cheguei em casa tarde e cansada.
Mas com uma vontade incrível de escrever.
Já anotei umas rimas...

Ando por demais matalingüística. Fazer o quê? Deve ser uma fase, né?
Assim como alguns fotógrafos retratam apenas a natureza...
Ou como uns cineastas têm predileção pelo drama ou pela comédia...
Assim como estive e ainda estou totalmente na minha fase POESIA...
(poesia esta que mudou a minha visão de mundo: hoje ouço música de forma diferente, ouço as palavras de forma diferente, todos os textos têm um sabor especial, mesmo a prosa, depois que descobri a poesia!!!).
Tenho refletido demais sobre o ato de escrever.

Um pouco porque tenho sido questionada sobre isso diariamente.
Antes, poucos sabiam que eu escrevia.
E os poucos que sabiam são os que também escrevem! Hehehe!
Então eles perguntavam menos!
E um pouco porque ando cada vez mais apaixonada pelas letras!
Mais e mais apaixonada pelas coisas que leio e pelo ato de escrever.

Tem gente que gosta de ler e não gosta de escrever.
Para mim as duas coisas estão absolutamente interligadas.
Sempre que leio algo (bom!), a minha cabeça dá loopings e penso em coisas que posso escrever.

Escrever é a minha droga. É um vício que chega a ser físico.
Ainda bem que não é ilícito.
É o atalho que eu pego para fugir do mundo – e às vezes até de mim mesma.
É a melhor estratégia que eu já testei para me auto-enganar.
É a forma de transmutação de sentimentos mais eficaz que existe.

Tenho o hábito de andar sempre com papel e caneta e se não os carrego comigo, me sinto insegura. É como se pudesse ter uma idéia a qualquer momento e ela pudesse ser esquecida pela ausência de papel (sim, de um modo geral, esqueço até mesmo as idéias mais fantásticas na correria do dia a dia... Tenho que anotar tudo!).

Tenho também o hábito de mandar e-mails para mim mesma com as idéias mais estapafúrdias. Depois fico com uma coleção imensa de idéias para desenvolver... Uns trechos em papel, outros trechos em e-mails...

Também reparo como as pessoas observam quando estamos fazendo alguma anotação em um pedaço de papel. Poucos deixam de olhar e até mesmo espichar o olho para ver o quê estamos escrevendo! Parece até que só seres alienígenas escrevem, tamanho o estranhamento das pessoas quando nos vêem com papel e caneta, anotando algo que não seja um número de telefone ou o endereço onde se quer chegar.

Eu percebo que escrevo melhor sob o impacto das emoções, sejam elas boas ou más. Não necessariamente de acordo com as emoções, mas sob o impacto delas. Nem sempre em um momento feliz escrevo uma história triste ou vice-versa. Às vezes, em um momento triste, escrever uma história feliz traz alívio imediato.

Escrever é, de certa forma, representar.
Um escritor é um ator que experimenta todos os papéis.

No papel, podemos amar, morrer, matar, nos vingar, sobreviver, ressuscitar, perdoar, renascer. “O papel aceita tudo”. Que bom, não é mesmo? Podemos ser outros, sem deixar de sermos nós.

Para escrever, preciso ter um líquido emocional com o qual brincar e mexer... Como uma bruxa em seu caldeirão... É necessário um caldo emocional para transformar em palavras.

Em épocas de secura emocional, escrevo menos. Sob o impacto de emoção nenhuma, escrevo zero (se é que consigo ficar mais de um minuto sob o impacto de emoção nenhuma!).

Percebi, há uns tempos atrás, quando me pediram uns “favorzinhos” para escrever umas mensagens de forma meio burocrática... Que escrever sem emoção é tão árduo quanto qualquer outra atividade que se execute sem paixão.

Eu ando escrevendo mais.
As músicas que ouço no rádio, me inspiram.
Os livros que leio, me inspiram.
As conversas que escuto... Tudo o que vejo...
Determinadas palavras, quando eu ouço, dão um estalo.
Algumas histórias, quando me contam, eu penso “isso não é vida, isso é literatura”.
Algumas coisas que eu sinto, transformo, remendo e escrevo.
Quando sinto qualquer tipo de incômodo emocional... Eu escrevo!

Escrever é uma forma de transbordar.
Quando estou sentindo demais, os sentimentos têm que sair de algum lugar.
Que saiam dos dedos então, sobre o teclado.
Que saiam catalisados e algumas vezes até camuflados, mas que não fiquem dentro de mim.
Que não sejam só meus, senão explodo.
Quando escrevo, sou eu de verdade. O resto é tudo ficção.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Está chegando a Páscoa... Que nos remete a renovações... Mudanças...



DE FORA PARA DENTRO

Uma amiga indicou
Mude de fora para dentro
Muita gente já testou
E deu certo

Mude as condições
E as circunstâncias
E as emoções
Em última instância

Faça o de fora dar certo
Que depois vem o de dentro
E você estará mais perto
Do seu centro

Mudar o mundo primeiro
E o coração depois
Em um tiro certeiro
Dá certo, pois

domingo, 5 de abril de 2009

Interrogatório 2

Estou com o BLOG no ar há mais de um mês... E tem sido uma experiência incrível.

Em primeiro lugar, por levar à público tudo o que eu sempre escrevi e na maior parte das vezes, só eu mesma li.

Depois, porque a receptividade tem sido boa, as pessoas têm gostado e comentado.

As perguntas sobre o BLOG continuam.

Uma amiga perguntou se eu não tinha medo de críticas negativas. Eu disse que não! Cada um tem direito de ter a sua opinião... E as críticas não me amedrontam, ainda que eu tenha recebido, até hoje, só elogios (só os amigos têm acessado, hehehe!).

As pessoas perguntam ainda por que eu escrevo.
A única resposta que tenho para essa questão é outra pergunta: como é que nem todos escrevem???

Eu fico me perguntando como as pessoas que não escrevem suportam a vida.

Depois, observando bem, percebo que umas correm, outras rezam o terço, algumas se aventuram a pular de pára-quedas, outras ainda vivem a encher a cara. Umas cantam, outras dançam, cada ser humano tem uma forma de extravasar.
Eu escrevo para sobreviver.

Continuam me perguntando... Se as minhas histórias são verídicas!
Não, não são!
Ou melhor, são parcialmente.
São resultado de tudo o que vivo e ouço por aí, de forma bemmmm modificada.
Tem gente que transforma a raiva em úlcera, o medo em pesadelos, a alegria em gargalhadas espalhafatosas.
Eu transformo tudoooooo em textos, é uma boa terapia.

De onde saem as minhas idéias?
De todos os cantos!
De tudo o que vejo, leio, ouço e vivo!
Reuniões de trabalho bemmmmmmm longas e bemmm chatas me inspiram!
Viagens de carro, letras de músicas, livros, poemas, as pessoas que eu vejo na rua...
Todos os dias tenho alguma ou algumas idéias.
Anoto tudo em papéis e depois, quando tenho tempo, desenvolvo uma a uma.

A pergunta que eu mais ouço é onde arrumo tempo para colocar os posts.
De um modo geral, tenho procurado colocar um post por dia (sim, esse final de semana, "dei o cano" dois dias... Motivo: cansaço!!!), ou melhor, um post por noite.
Tenho tentado priorizar os posts, por isso tenho lido menos e escrito menos.
Mas tem valido a pena!

Boa semana a todos os meus leitores!
Bjos,
Tereza

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Convalescença


Depois de um ano e cinco meses...
... 11 livros de auto-ajuda...
... 08 frascos e ½ de floral...
... 05 caixas de Prozac...
... 53 sessões de terapia...
... Eu me curei de você, da sua presença e da sua ausência, de tudo o que você trouxe e levou na minha vida.
Por favor, não reapareça: a convalescença pode ser pior do que a doença!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ser... Humano?

BONECO DE PANO

Seja forte
Seja esperto
Seja grande
E completo

Mas seja sempre
Tão humano
Quanto um boneco
De pano!